domingo, 6 de dezembro de 2009

Américo Moreira e esposa levam-nos numa viagem ao passado... A cestaria e a tecelagem. Os verdadeiros Mestres!.

Continuando à descoberta dos talentos na freguesia de Gondar, Amarante, estivemos à conversa com Américo Moreira, um artesão na área da cestaria com 80 anos de idade.
Quando lhe perguntamos de quem partiu este gosto pela cestaria, pelo trabalho na madeira, nas vergas, Américo contou-nos uma história da sua infância. O seu pai era lavrador e naquela altura era hábito os filhos irem ajudar os pais nas tarefas do campo de sol a sol. Nos
momentos de descanso, nomeadamente, antes de ir jantar, Américo trancava-se num beiral que tinha lá em casa e começava a fazer as suas primeiras peças. Lembramos os nossos leitores, que nessa altura, o pequeno Américo tinha apenas 10 anos, muito pequeno, mas já com um enorme talento para a cestaria.
Procurámos perceber a dinâmica da construção da peça, desde a matéria-prima até ao produto final. Ora segundo o artesão, as principais madeiras que utilizava eram: o lodo, o castanho, a mimosa, que colhia por exemplo nos campos. Depois de cortada a madeira e atenção, que segundo ele nunca podia ser cortada em dia de lua nova, porque senão a madeira apodreceria rapidamente, o artesão confeccionava de imediato a peça ou então poderia colocar a madeira em água, durante um a dois meses no máximo.
Segundo ele, a matéria que mais utilizava era o lodo, por alguns motivos, nomeadamente porque era mais macio para o trabalho de peças mais pequenas, cestas para o pão por exemplo, ou então o zangarinheiro, que segundo ele dava um tom bastante amarelado à peça e também era fácil de trabalhar!

Na construção da cesta, que se pode ver na imagem, a primeira etapa começa em colocar o fundo. Para isso foram utilizadas quatro vergueiros. De seguida, tapam-se os espaços e finalmente os lados eram apertados com o «apertador».
As cunhas serviam para levantar o vergueiro sempre que necessário. Eram usadas foices, que não podiam ter «peito», porque senão esse, estorvava de bater no «apertador».
Depois havia a foice de duas mãos, utilizada para compor a madeira.
Américo construiu um banco próprio, o chamado «banco de lavrar
a madeira», onde se sentava para aí a trabalhar. Esse banco tinha características muito próprias, nomeadamente um braço inclinado onde era colocada a madeira, para ser mais fácil de apertar debaixo das axilas do artesão. Esse mesmo banco tinha um pedal que funcionava por acção dos pés do artesão.
Fazia vários artigos, desde cestas para o pão, condessas,
cestos para as vindimas, escadas, onde havia preocupação de deixar entre cada passada na escada, uma determinada medida, para evitar que o agricultor ficasse lá com o joelho preso, aquando da subida ou descida.

Falámos também com a sua companheira, a dona Cândida, que nos mostrou alguns dos seus instrumentos de trabalho na tecelagem de antigamente. Abaixo podem ver o que resta ainda, de uma vida de trabalho.

(Na imagem esquerda uma espadela e na direita um fuso)
Muito obrigado a ambos pelas explicações e certamente que este trabalho, é outras das artes que engrandece esta freguesia, Gondar – Amarante.










(A sua roca)





Na imagem da cesta em cima, por de baixo está o espanador que era utulizado para abanar o lume, Já do lado esquerdo do espanador está uma cunha. À beira das escadas está por cima o banco de lavra à madeira e à direita, o apertador. Cá em baixo podemos ainda ver um forno antigo de cozer o pão!

domingo, 29 de novembro de 2009

O verdadeiro Mestre da Olaria em entrevista...

Oleiro: Manuel Teixeira, 84 anos - Gondar, Amarante
O C.P.G esteve à conversa com o oleiro mais antigo da freguesia de Gondar e quiçá de Amarante, já que Gondar é por excelência a terra do Barro Negro. Manuel Teixeira, de 84 anos, natural de Gondar contou ao C.P.G os seus tempos de infância e adulto, desvendando a vida por detrás de um oleiro bastante conceituado.
Manuel teve uma infância muito ligada ao trabalho familiar, já que não altura, eram muitos irmãos e o dinheiro escasseava-se lá por casa. Assim sendo, desde cedo começou a arte que o seu pai e avô já haviam começado – a olaria: o trabalho no Barro Negro.
Estávamos
por volta de 1935 e Manuel, ainda muito jovem ia com os seus irmãos à procura da matéria-prima, o barro, chegando a ir a Carneiro, perto da igreja buscá-lo! Conta, que naquela altura ganhava-se muito pouco e era preciso muito trabalho, para se conseguir comer. Passou muita fome, até que um dia resolveu o problema! Qual o nosso espanto, quando este oleiro, nos diz que numa das vendas que fez, na Aparecida – Vila – Meã, aproveitou o dinheiro, para comprar uma viola, que baptizou com o nome de Amarantina. Mas qual a relação de uma viola com a fome, perguntam vocês! Pois bem, Manuel, sempre que tinha fome tocava viola para «espalhar a dita fome», conseguindo assim a sua barriga aguentar mais algumas horas!
O nosso entrevistado revela, que n
aquela altura o trabalho no barro dava muito trabalho e não obtinha grandes lucros do mesmo. Era preciso encontrar o barro, pô-lo a secar, picar, peneirar, e só depois é que se passava para a roda, onde se moldava e se obtinha a peça. Naquela altura, os fregueses optavam muito pelas panelas em barro, assadores, chocolateiras (onde segundo fontes próximas de quem tomou do café lá preparado, afirma que era uma delícia) e depois havia a indústria dos fundidores de ouro, que no caso de Manuel, eram enviados para Gondomar. Depois de moldada, era necessário cozer a peça. Reza a história, que na altura em Gondar existiam muitos oleiros e como tal, construíram uma suenga, que era comum a muitos oleiros. Aí, cada um levava lenha, argaço, colocava a louça toda encaixada, uma em cima da outra, espalhavam grandes montes de argaço, aquilo começava a queimar e depois cobriam com terra, para se cozer toda esta louça. Em média, de manhã cedo coloca-se lá a louça, na suenga, que é uma espécie de buraco redondo no chão, e só à tardinha é que estava bem assada.
Depois de feita, estava pronta a vender. Os vendedores, ou vendedeiras, assim chamadas, ou acartavam a louça à cabeça, ou então iam no burro, que montavam de manhã cedo para irem para muito longe. Cada peça na altura rondaria as cinco coroas, que dava para um pouco de pão!

Foram tempo difíceis para este homem e em geral para todos os oleiros, mas o tempo foi passando e Manuel Teixeira levou a conhecer o seu trabalho a muitos locais, nomeadamente em feiras a nível local, no Porto - exposições no Palácio de Cristal, chegando além fronteiras, nomeadamente em Paris, na Câmara Municipal.
Aos 84 anos, Manuel Teixeira, orgulha-se de ter sido o professor de muitos, que com ele quiseram aprender esta arte, nomeadamente, um dos mais jovens oleiros na freguesia de Gondar, César Teixeira, evitando assim, que esta arte tão antiga, com uma história tão recheada pelo meio, se perca no tempo e no espaço.

Obrigado Manuel Teixeira, por ter contribuído com que a freguesia de Gondar, no concelho de Amarante ficasse conhecida como a terra do barro preto, do barro negro, peças que hoje em dia são muito procuradas pelos turistas, por toda a carga simbólica que rodeia esta arte.
Já imaginou um arroz feito numa caçarola de barro cozida no forno a lenha!?
E um chocolate quente acabado de ser feito na chocolateira!?

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Padre António Gonçalves Foz marcou gerações...

António Gonçalves Foz nasceu a 23 de Julho de 1926. Filho de Carlos Gonçalves Foz e Maria Teixeira Gonçalves, desde sempre sentiu a vocação de ser padre. Foi ordenado a 16 de Abril de 1949.

Os catequizandos do 5.º ano decidiram ir visitar o Sr. Padre, ficando assim a conhecer alguma da sua história de vida. Para além do pequeno tributo que prestaram ao professor, colocaram outras questões que abaixo apresentamos:



1) Desde sempre quis ser padre, quem o incentivou?
Sim desde sempre quis ser padre, sempre foi o meu sonho e hoje quase a completar 83 anos não me arrependo de nada. Na altura em que entrei para o seminário com 11 anos tive a ajuda do Padre Manuel Marques Figueira.

2) Onde e como iniciou a sua carreira no seminário?
Como disse entrei para o seminário com apenas 11 anos. Comecei por estudar no Colégio de Ermesinde, fui depois para o Seminário de Vilar e finalmente tirei o meu curso de Teologia no Seminário da Sé. Com 22 anos termino o curso e começo a dar aulas no Seminário de Vilar. Dois anos mais tarde, venho para o Colégio de S. Gonçalo (Amarante) onde leccionei português, história e geografia. Fui professor durante aproximadamente 44 anos.


3) Era um professor muito exigente para com os seus alunos?
Sim era, mas também muito compreensivo e sempre mantive uma boa relação com os meus alunos.


4) Qual foi a primeira paróquia onde esteve?
Foi em Lufrei Amarante. Depois vim para aqui (Gondar) onde estive mais de 50 anos.

5) Que escritor português o marcou mais?
Almeida Garrett pelo seu estilo sem dúvida.

6) Viajou imenso, que terras é que conheceu?
Imenso mesmo. Fui 23 vezes à Terra Santa. Já estive, entre outros, na Jordânia, no Egipto, na Turquia, em Itália, França, Hungria, Áustria, Suíça, Espanha, …

7) Tem ou teve algum ídolo na sua vida?
A minha mãe.
8) Se lhe fosse permitido fazer algum milagre na sua vida terrena, qual seria esse milagre?
Ajudar os mais pobres, criancinhas que morrem de fome e santificar a juventude, um apelo para que os jovens se interessem mais pela sua religião.
9)Como vê a Igreja do século XXI?
Com muita esperança, muita fé, Deus é grande e misericordioso.

Conhecémos ainda as duas empregadas do Padre António Foz. A primeira que esteve com ele ainda na paróquia de Lufrei, Maria José Gonçalves Azevedo, durante 14 anos, e depois Alzira Carvalho Alves que o acompanha há mais de 50 anos na Casa Paroquial de Gondar.

PADRE FOZ QUANDO ERA MAIS JOVEM.

MARIA TEIXEIRA GONÇALVES, SUA MÃE


CARLOS GONÇALVES FOZ, SEU PAI



UMA BIBLIOTECA CHEIA DE HISTÓRIA...


MARIA JOSÉ GONÇALVES AZEVEDO, PRIMEIRA EMPREGADA EM LUFREI.


ALZIRA ALVES, SUA EMPREGADA EM GONDAR HÁ MAIS DE 50 ANOS...



PADRE GASTÃO, SEU ANTECESSOR NA PARÓQUIA DE GONDAR



RESTA AGRADEÇER MAIS UMA VEZ A GENTILEZA DO PROFESSOR PADRE ANTÓNIO FOZ, ASSIM COMO A TODOS OS INTERVENIENTES, UM BEM HAJA!

domingo, 25 de outubro de 2009

Carlos Carvalho, Presidente da JSD, meu convidado.

Carlos António da Silva Carvalho
25 anos
Frequenta o Mestrado Integrado em Eng. Civil
Presidente da JSD Amarante
Membro da Comissão Política Distrital - JSD Porto
Membro da Comissão Política Nacional da JSD
Vice-Presidente da MAG da International Association of Civil Engineering Students, LC Porto
Gestor de Projecto PESC (Projectar Empreender e Saber Concretizar)

sábado, 24 de outubro de 2009

Entrevista feita ao Dr. José Luís Gaspar

Dr. José Luís Gaspar:
1) Dr. José Luís Gaspar nasceu em França a 1 de Julho de 1967. Que recordações lhe trazem o local onde nasceu?
2) Ainda criança vem viver para Aboadela, uma das freguesias do concelho de Amarante. Acredita que o facto de ter vivido alguns anos no campo lhe confere uma maior capacidade em valorizar a Natureza, estando a Aboadela tão próxima da Serra da Aboboreira e Marão? O que sente ao caminhar no meio da Natureza?
3) Ainda se recorda da sua professora primária? Que grandes ensinamentos ela lhe transmitiu?
4) Alguns anos mais tarde vem viver para a Madalena ingressando no colégio de S. Gonçalo. Sempre foi um menino sossegado ou tal como todas as crianças sentia necessidade em brincar, correr, pular, saltar?
5) As crianças no caso dos rapazes querem ser todos futebolistas e as meninas cabeleireiras, professoras,.. O que sonhava ser quando fosse adulto, ainda pequeno?
6) Chegou a acreditar que o Pai – Natal existia?
7) Com que idade começou a andar de carro? Que marca foi a sua 1.ª viatura?
8) Se eu lhe pedisse que me apontasse a sua comida de eleição, aquela que o pode fazer andar quilómetros, qual seria?
9) Qual foi o livro, a obra que leu até hoje e que o tenha marcado mais? Porquê?
10) O que valoriza mais no ser humano?
11) E o que é incapaz de tolerar no ser humano?
12) Em termos musicais, prefere estilos mais calmos ou pelo contrário mais agitados?
13) Costuma-se dizer que cada um tem uma música que marca a sua Vida, pela letra, composição, significação. Qual a música que por mais vezes que ouça, não se cansa em a ouvir? Porquê?
14) Alguma vez enquanto andava na escola foi delegado de turma?
15) Como é que nasce a sua ligação à vida política? Sempre foi do PSD?
16) Licenciou-se em Gestão na Lusíada no Porto, mas desde logo veio trabalhar para Amarante. Como vê a sua terra no passado e no presente?
17) As suas duas filhas já sentem como o pai a política nas veias, ou ainda são muitos jovens? Se alguma disser que quer envergar nesta área da política, irá apoiá-la?
18) Um facto que muita gente desconhece é que o Dr. Gaspar já integrou o Concelho Executivo do Hospital de S. Gonçalo. Como foi criar uma maternidade como a nossa e estar a trabalhar com clínicos extremamente profissionais, mas que infelizmente nos deixaram?
19) A população idosa é muitas vezes de ideias fixas, e aquilo que no sentido lato costuma-se ouvir é que o PS é o partido dos pobres e o PSD é o partido dos ricos. Não estará esta ideia, muita ultrapassada, na situação política actual?
20) As últimas eleições estiveram ao rubro. Nestas eleições para a Câmara apenas foram eleitos deputados do PS e do PSD. Recorrendo àquele anúncio televisivo «faltou um bocadinho assim», uma diferença de 759 votos, onde uma freguesia pode fazer toda a diferença. A verdade é que se os votos brancos e nulos fossem a favor do PSD, este ganhava as eleições. Vamos por partes, Dr. José Luís Gaspar neste momento pode afirmar aos amarantinos que será cabeça de lista às eleições autárquicas em 2013 pelo PSD?
21) Uma maioria absoluta será a melhor forma de governar? Dr. Gaspar o que vai acontecer com a Barragem de Fridão?
22) Em volta desta última candidatura envolveram-se muitas pessoas que «queriam mudar Amarante». Em traços gerais e sem entrar em pormenores, o que está mal em Amarante?
23) Perante uma maioria absoluta e para mim e perante os meus ouvintes que somos leigos na matéria, o que é que a oposição pode fazer, uma vez que «o partido oposto tem a faca e o queijo na mão»?
24) Daqui a 4 anos o Dr. Armindo não se poderá mais candidatar. Acredita que a zona de Vila-Meã que fez toda a diferença nestas eleições, vai querer mudar?
25) Aqui há poucos dias o PSD organizou um jantar convívio que juntou cerca de 400 pessoas. O partido sente-se mais unido que nunca?
26) Vamos a um caso particular e enquanto defensor de um jornalismo isento não posso deixar de me manifestar e criticar os partidos todos nesse sentido. Como é que concedem entrevistas a um suposto órgão de comunicação, que claramente manifesta uma preferência partidária, que se envolve nas campanhas políticas. É este o jornalismo que Amarante quer?
27) Nestas últimas eleições autárquicas num total de 40 freguesias, quantas ficaram com o PSD à frente da sua gestão?
28) Evoluir ou ficar na mesma? Os Amarantinos pelos vistos quiseram ficar na mesma! Acredita que daqui a 4 anos as coisas serão diferentes?
29) Vai permanecer com uma voz activa nestes próximos 4 anos no Município de Amarante?
30) Em espécie de fecho que mensagem gostaria de deixar a todos aqueles que nos ouvem e em especial aos jovens que se sentem tão desmotivados, cá em Amarante?

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

sábado, 17 de outubro de 2009

Padre José Manuel Ferreira no programa de 17 de Outubro.

À Conversa Com Ricardo Pinto esta semana esteve com o Padre José Manuel Ferreira, pároco de S. Gonçalo e S. Veríssimo. Foi com enorme prazer e apesar de todas as dificuldades que tivemos com o som que entrevistei o Sr. Padre. Sem dúvida, um «ser extraordinário» que não revela qualquer tabu em abordar assuntos, que por vezes nos são muito caros, nomeadamente, a questão dos meios contraceptivos, aborto, casamento e união de facto. A todos aqueles que queiram dirigir-se ao Mosteiro de S. Gonçalo e falar com o Sr. Padre poderão fazê-lo aos dias de mercado de manhã, quartas e sábados, se bem que, estará disponível em outros dias e pode mesmo marcar uma reunião com ele.
Resta agradecer mais uma vez a disponibilidade do Padre José Manuel e um bem-haja!



QUESTÕES:

1) Padre José Manuel, em que altura da sua vida (idade) descobre que o caminho de ligação a Deus seria aquele que iria abraçar?
2) Com que idade entra no Seminário e onde? Como é que foi a 1.ª noite no seminário, uma mudança radical no seu quotidiano?
3) Em algum momento da sua Vida pôs em causa a sua vocação e pensou em abandonar a sua formação religiosa?
4) Como é que descreve o dia da sua ordenação como padre? Que mistura de sensações o rodearam naquele momento?
5) Muitas pessoas têm a ideia formada que um padre se isola muito, abandona totalmente determinadas actividades de lazer, como frequentar cafés, participar em festas, passeios, quiçá até ir à discoteca! Passa-se o mesmo consigo ou estas afirmações não passam de mera especulação?
6) Aquando da sua ordenação enquanto sacerdote, qual o 1.º cargo com que ficou empossado?
7) Acerca de 1 ano vem para Amarante, assumir o lugar de pároco em S. Gonçalo e S. Veríssimo. Um mosteiro tão emblemático como o de S. Gonçalo, não só a nível regional, como nacional. Qual o seu impacto ao pensar, vou ser padre num mosteiro com toda esta dimensão! Assustou-o inicialmente esse facto?
8) Como classifica a aceitação por parte do povo Amarantino da sua pessoa? Adaptou-se facilmente a um novo meio, a uma nova casa?
9) Já que falamos em S. Gonçalo e deixando a sua vida pessoal um pouco para trás, gostaria que muito resumidamente me contasse os principais aspectos da vida de S. Gonçalo, ainda mais que este ano, se comemoram os 750 anos da sua morte. Quem foi afinal S. Gonçalo de Amarante?
10) Há quem diga que S. Gonçalo é um Santo Casamenteiro. Comunga da mesma opinião?
11) Todo o edifício do Mosteiro de S. Gonçalo e mesmo a Igreja de S. Pedro seguem uma arquitectura muito particular. Quer nos explicar o tipo de construção que lá encontramos?
12) Para terminarmos esta parte, quem o quiser encontrar em S. Gonçalo para falar consigo e mesmo confessar-se, a que dias e horas o poderão fazer?
13) Vamos agora entrar em temáticas mais abrangentes. O Santo Papa Bento XVI, defende que a solução para o problema da Sida não passa pela distribuição de preservativos, que pelo contrário, a sua utilização agrava o problema. Ora a comunidade científica defende fortemente a utilização dos mesmos, sobretudo em países subdesenvolvidos, como o caso de África. Qual é a sua opinião sobre esta temática?
14) A 11 de Fevereiro de 2007, o Referendo sobre o Aborto veio levantar novas questões éticas para a Igreja Portuguesa. Como é que vê o Sim dado pelo povo português ao dito referendo?
15) Um dos temas da ordem do dia, tem sido a discussão sobre a gripe A. Também a Igreja tem algo a dizer aos cristãos praticantes. Que medidas no seu entender são fulcrais transmitir aos paroquianos?
16) Se aqui há alguns anos atrás, para a mulher, entrar na Igreja virgem, de vestido comprido e grinalda e perante Deus jurar fidelidade ao companheiro era algo comum, hoje em dia para muitas mulheres e casais isso tornou-se banal e a união de facto veio limitar o casamento religioso. Face a todas estas mudanças comportamentais, o que lhe apraz dizer?
17) Algumas pessoas inseridas noutras religiões criticam a religião católica num aspecto, que mesmo para algumas crianças se torna confuso. Se Jesus é filho de Deus e de Maria, afinal qual o papel de José nesta História. Eu pessoalmente consigo entender, na medida em que, perante Deus tudo é possível, mas se Jesus Nasceu da Virgem Maria, como é que ela é virgem. Gostava que o Sr. Padre, explicasse aos nossos ouvintes, este paradoxo?
18) «O fim do Mundo» está anunciado na Bíblia. Aquilo que lhe pergunto é: Não será o próprio Homem que irá acabar com ele mesmo? Não será ele que pelo ataque constante à Mãe – Natureza proporcionará esse fim?
19) Algumas queixas que se têm ouvido em algumas paróquias, é que os seus padres e passo a citar «só querem dinheiro, para isto e para aquilo e que muito raramente dialogam com os paroquianos sobre assuntos importantes para a freguesia!». Não acha que a questão do dinheiro apesar de essencial para as obras, caridade, não deve ser algo que a Igreja deva tratar com muito cuidado?
20) Para finalizar esta nossa conversa. Para quem está doente, para quem está num beco sem saída, para quem não encontra o seu rumo na vida, que mensagem final gostaria de deixar a essas pessoas, e de que forma a Palavra de Deus, as pode ajudar a que a sua alma se transforme?

domingo, 4 de outubro de 2009

À CONVERSA COM RICARDO PINTO - A religião do século XXI. Regressamos dia 17 de Outubro!!!


PÁROCO JOSÉ MANUEL - S. GONÇALO E S. VERÍSSIMO AMARANTE
Como anunciado em vésperas de eleições autárquicas o programa «À CONVERSA COM RICARDO PINTO» não irá para o ar como o habitual. Assim sendo regresso à sua companhia no próximo dia 17 de Outubro pelas 18 horas.

Nessa semana teremos o pároco de S. Gonçalo e S. Veríssimo, o padre José Manuel em estúdio que nos vai aboradar o tema: CRISTIANISMO NO SÉCULO XXI. Vamos analisar a fé que para uns move montanhas e para outros não passa de meras crenças.
Afinal os milagres existiram! Porquê muitas pessoas não defenirem a sua religião e marcarem-se como ateus! Não precisará a nossa alma de acreditar numa força espiritual? Casamento religioso - união de facto?! Estas e mais temáticas em análise dia 17 de Outubro.


Resta acrescentar que teremos mais para diante uma assistente social que nos irá trazer temas da actualidade social, violência doméstica, alcoolismo, drogas, famílias carenciadas, idosos e apoio à 3.ª idade.

Surpresas pelo meio, como é evidente não iria revelar tudo! Já me conhecem!

Posso adiantar também que após serem conhecidos os resultados das eleições autárquicas 2009, todos os sábados entrevistarei, em primeiro lugar o Presidente da Câmara e depois todos os presidentes de Junta eleitos. Outra vez política? Que seca! Não, enganam-se! Vamos ter os políticos mas não para falar de política. Queremos conhecer o homem ou mulher por detrás da figura de Presidente.

Conhecer as nossas terras, as nossas gentes!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

PROGRAMA DE 3 DE OUTUBRO


Ainda se lembra quem venceu o festival da canção RTP em 1986? E em 1991.

Pois bem o programa de amanhã com início às 18 horas trará até si a melhor música que fez Portugal brilhar na Eurovisão.

Já sabe muita conversa, amanhã em 92.7 ou em http://www.erafm927.com/

sábado, 26 de setembro de 2009

Susana Dias - um testemunho de VIDA. Fantástica mulher, pessoa e amiga!

Nunca, nunca podemos dizer nunca. Quando pensava que já tinha vivido, presenciado ou até visto situações que já não me deixavam comovido, pensando até que estaria a deixar a parte sentimental um pouco para trás, a verdade é que hoje tive de me conter, porque a emoção, a presença da minha convidada deixou-me sem palavras. Como é que alguém consegue falar com tanta clareza, sem tabus, de um assunto ainda tão caro. Como é que alguém narra algo que ao mesmo tempo que é uma história pessoal passa para o mundo da imaginação, onde com as palavras que se vão ouvindo se vão transformando em histórias, dignas de um romance. Susana Dias, alguém que irá ficar para sempre no meu coração. Às vezes penso que me preocupo com situações que à beira desta não passam de uma partícula de areia no deserto do Sara.
Sem palavras mesmo, foi um programa excepcional, fantástico, com alunos, colegas, pessoas, todos a deixarem mensagens de apoio, a dar o seu testemunho pessoal. Creio que estas, quase três horas de emissão foi o início para o longo processo, de desmitificação da palavra «cancro». Sei, que nem todos temos ou teríamos o dom da palavra perante toda esta situação, que para muitos é o desabar do mundo, é o não ter chão para caminhar. Mas depois de ouvir a professora Susana penso que, mesmo em situações delicadas arranjamos forças, onde parece que não existiam. E depois, com toda esta rede de amigos, uma só palavra – fantástico! Obrigado Elsa, Anabela, Eduarda, Ângelo, Maria de Fátima, Goretti e todos os alunos e alunas da professora Susana. Foi sensacional! Criou-se uma onda, de colegas, amigos, alunos, ouvintes, maravilhosa!
Quem conhece a professora Susana notou e nota com toda a certeza que a aparência física mudou em alguns aspectos, nomeadamente no cabelo. Com uns caracóis excepcionais! O professor Pedro que tenha cuidado, ui, ui !!!! Não, de facto está maravilhosa e aliás eu atrevia-me a dizer que uma nova Susana renasceu! Fantástica.
Quem esteve atento à emissão reparou que a certa altura a emoção era de tal ordem que em tom de brincadeira, disse a alguns alunos da professora Susana para virem ter connosco no final do programa, depois das 22 horas e dar-lhe um beijo, um abraço pessoalmente.
Qual o nosso espanto quando nos estávamos a despedir ao fundo das escadas, mesmo em frente aos CTT e aparecem algumas ex-alunas da professora e acompanhantes. Foi fantástico, de tal ordem que eu no meio dos abraços, tentei ligar a máquina à pressa e esta não queria disparar. A verdade é que captei esses momentos que podem visualizar nas fotografias. Palavras para quê! Mais do que professora, uma amiga, uma mãe para algumas jovens, que em directo o testemunharam! Obrigado por terem aparecido!



Nós entramos em estúdio por volta das 18.40. O futebol estava no ar, os relatos, e portanto não podíamos entrar, a verdade é que não notamos as horas a correr. Quem ouviu a emissão até devia dizer que eu estava disléxico, porque de facto estava sempre a dizer «boa tarde». Mas eu entrei com o sol e depois lá dentro entramos num ambiente completamente diferente. A verdade é que as chamadas foram imensas e estivemos lá até às 22 horas. Eis, senão quando, tocam à campainha! Quem era? A professora Elsa Cerqueira, com dois enormes cachos de uvas para ambos. Fantástica! Estavam apetitosas!
Professoras Elsa Cerqueira e Susana Dias.

Hoje às 19 Horas - Porque o cancro tem cura

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

PORQUE O CANCRO TEM CURA - PROGRAMA DE 26 DE SETEMBRO

No próximo programa vamos romper preconceitos que ainda possam existir sobre a palavra «cancro». Porque ninguém está a salvo desta presumível doença, há que encará-la, tirar dúvidas e sobretudo nunca deixar de ACREDITAR. A minha próxima convidada é uma mulher extraordinária que encarou a doença com uma força e determinação, que me levam a afirmar convictamente: FANTÁSTICA SUSANA DIAS.

.......................... FOTO E TEXTO ABAIXO DO BLOGUE ANABELA MAGALHÃES
Continuo a dar voz à Susana Dias que hoje partilha connosco um texto belíssimo sobre o que é Ser.

A doença

Durante este ano aprendi a ser uma doente oncológica. Nome maldito, o cancro tem um estatuto especial dentre as doenças temíveis. Mata milhões de pessoas por ano em todo o mundo, e muitas vezes de forma fulminante. Daí, (e apesar de nos últimos anos o desenvolvimento de novos fármacos permitir a cura e aumento da esperança de vida dos doentes) ser uma doença deveras estigmatizante, em que a sociedade sentencia o doente com uma pena de morte, nem que seja social. Por esta razão muitas pessoas evitam o doente, não querem incomodar, às vezes até mudam de passeio para não se cruzar com ele. Como a ignorância impera, vaticinam-se diagnósticos, preconizam-se tratamentos, idealizam-se fábulas médicas à distância do doente, e este, sem recurso, transforma-se em coitadinho, figura esquálida e macilenta, de olhos encovados, vivendo numa espécie de limbo. Este é o mau caminho. É urgente ultrapassar preconceitos. É imperativa a aproximação ao doente, ele precisa de conforto e de apoio. A ideia de que se incomoda quem faz tratamentos violentos como a quimio protege mais quem não quer dar o primeiro passo, quem tem medo de quebrar barreiras do que quem está doente. A única opção para quem está ao lado de alguém doente é aproximar-se, sem medo, investindo no carinho, na transmissão de confiança, de optimismo para que o seu sistema imunitário afectivo o proteja da vulnerabilidade física intrínseca à doença. Porque o ser humano é estruturalmente um ser de diálogo, de comunicação, de relação com o outro, não deixemos que essa sua apetência se esgote nos momentos agradáveis e “fáceis” da nossa existência. Mais difícil mas, simultaneamente mais profundo e transformador, o encontro como outro em estado de doença, abre caminho a uma troca de experiências inefáveis, a um desvelamento de receios e angústias mas também de qualidades até aí desconhecidas, num caminho de auto conhecimento para ambas as partes. Não se confundindo apoio com violação de privacidade, o encontro com o doente, é um sublime gesto de amor.