segunda-feira, 21 de setembro de 2009

PORQUE O CANCRO TEM CURA - PROGRAMA DE 26 DE SETEMBRO

No próximo programa vamos romper preconceitos que ainda possam existir sobre a palavra «cancro». Porque ninguém está a salvo desta presumível doença, há que encará-la, tirar dúvidas e sobretudo nunca deixar de ACREDITAR. A minha próxima convidada é uma mulher extraordinária que encarou a doença com uma força e determinação, que me levam a afirmar convictamente: FANTÁSTICA SUSANA DIAS.

.......................... FOTO E TEXTO ABAIXO DO BLOGUE ANABELA MAGALHÃES
Continuo a dar voz à Susana Dias que hoje partilha connosco um texto belíssimo sobre o que é Ser.

A doença

Durante este ano aprendi a ser uma doente oncológica. Nome maldito, o cancro tem um estatuto especial dentre as doenças temíveis. Mata milhões de pessoas por ano em todo o mundo, e muitas vezes de forma fulminante. Daí, (e apesar de nos últimos anos o desenvolvimento de novos fármacos permitir a cura e aumento da esperança de vida dos doentes) ser uma doença deveras estigmatizante, em que a sociedade sentencia o doente com uma pena de morte, nem que seja social. Por esta razão muitas pessoas evitam o doente, não querem incomodar, às vezes até mudam de passeio para não se cruzar com ele. Como a ignorância impera, vaticinam-se diagnósticos, preconizam-se tratamentos, idealizam-se fábulas médicas à distância do doente, e este, sem recurso, transforma-se em coitadinho, figura esquálida e macilenta, de olhos encovados, vivendo numa espécie de limbo. Este é o mau caminho. É urgente ultrapassar preconceitos. É imperativa a aproximação ao doente, ele precisa de conforto e de apoio. A ideia de que se incomoda quem faz tratamentos violentos como a quimio protege mais quem não quer dar o primeiro passo, quem tem medo de quebrar barreiras do que quem está doente. A única opção para quem está ao lado de alguém doente é aproximar-se, sem medo, investindo no carinho, na transmissão de confiança, de optimismo para que o seu sistema imunitário afectivo o proteja da vulnerabilidade física intrínseca à doença. Porque o ser humano é estruturalmente um ser de diálogo, de comunicação, de relação com o outro, não deixemos que essa sua apetência se esgote nos momentos agradáveis e “fáceis” da nossa existência. Mais difícil mas, simultaneamente mais profundo e transformador, o encontro como outro em estado de doença, abre caminho a uma troca de experiências inefáveis, a um desvelamento de receios e angústias mas também de qualidades até aí desconhecidas, num caminho de auto conhecimento para ambas as partes. Não se confundindo apoio com violação de privacidade, o encontro com o doente, é um sublime gesto de amor.

5 comentários:

  1. Excelente convidada, Ricardo! Vais amar conversar longamente com a professora Susana, um ser humano como não existem muitos, infelizmente.
    Aguardo. Bjs

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  2. Pelos e-mails que trocamos já sinto um SER HUMANO extraordinário por detrás de longas palavras! Espero contar finalmente com a sua presença, aí desse lado!

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  3. Ricardo Pinto, sei que Sábado, 26, próximo, não poderei ouvir, como amaria ouvir!, vossa «conversa». Estarei de viagem até Setúbal, a voto de Domingo em Manuela e PSD. Também não ouvi as anteriores «à conversa» uma vez que meu hp portátil é quase pré-histórico e só dá a viagens... Mas digo-lhe amigo -- pelo supra texto que reli, do blogue anabelapmatias, Susana é de uma dignidade sem limites e de uma frontalidade e coragem inexcedíveis. Quero vivamente a abraçar quando a Amarante voltar. (E que também conhecer vivo o Amigo, como, o transacto ano vi e amei ver Helder, Anabela, Elsa... e demais afáveis e inexcedíveis baluartes humanos da ESA. Para não falar dos queridos alunos, que mais do que alunos mestres. Mas mais lhe digo de coração: Bem perto daí, do lindíssimo, a pesar de assassinado de lixeira porcina, Tâmega, está meu Cerejais de minha mãezinha de coraçãozinho de oiro Imaculado -- e -- por vivida experiência lhe concluo: à Mãe nada nadinha é impossível e milagres sei como o pão de cada dia com sabor a DIGNIDADE! Um beijinho a Susana Dias. Com ela estou de alma e coração. Estou e estarei. Sempre. E contigo, Ricardo Pinto, que como a Anabela acima postou melhor escolha não poderias ter eleito, em de eleições véspera. Fica a promessa: para Outubro estarei a acompanhar o à conversa... com Ricardo Pinto.
    Angelo Ochoa

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  4. Ângelo para mim seria uma honra conhecê-lo pessoalmente. Aliás fica já o convite que se estiver cá num sábado será meu convidado basta me avisar com antecedência. Seria uma óptima conversa sobre poesia com um poeta 5 estrelas, de seu nome, ÂNGELO ÔCHOA!
    Quantos às eleições farei parte da mesa de votos e terei a oportunidade de ver os portugueses manifestarem as suas opiniões. Bem - haja!

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  5. EM VÉSPERAS DE ACTO ELEITORAL
    -- PARA OS COLEGAS PROFESSORES
    ANABELA, HELDER, E ELSA, E RICARDO... E SUSANA

    UM POEMINHA MEU
    sucedido de paráfrases por insónias de 'estúrdia a deshoras'

    UM POEMINHA SUPRIMIDO
    da pag 97 das Sonhadas Palavras
    na 1ª edição
    de Vila Nova de Famalicão:

    Que tens no Algarve,
    que estás sempre pra lá?
    -- Uma janela.

    Anabela,
    que tens em Amarante,
    que estás sempre pra lá?
    -- Uma janela.

    Helder de teu lindo horto,
    que tens no Porto,
    que estás sempre pra lá?
    -- Uma janela.

    Susana,
    que tens em Viana,
    que estás sempre pra lá?
    -- Uma janela.

    Elsa, Ricardo, Ochôa,
    sempre numa boa,
    mas que têm vocês das lindezas,
    em Lisboa,
    que estão sempre pra lá?
    -- UMA JANELA!

    bjnhs e cocuchinhos e coceguinhas...
    até Gondar, Amarante, Algarve, Porto, Viana, Lisboa
    ATÉ ÀS VOSSAS NOSSAS JANELAS DE
    estar dentro e fora.

    Cem Soldos, e Portugal, perto de Fátinha,
    26.9.09

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