quarta-feira, 28 de julho de 2010

António Bastos Teixeira

1) Como surgiu esta sua ligação ao PSD na freguesia de Gondar?
A minha ligação ao PSD começou em meados de 1989, indo fazer este ano 20 anos, que estou nesta Junta de Freguesia. Desde novo, os meus 16 anos, sempre estive ligado à vida associativa aqui na freguesia de Gondar. Na altura surgiu um candidato, meu familiar à câmara, José Manuel Antunes, e fez-me um desafio, se de facto queria assumir os destinos aqui da freguesia. Nunca era minha intenção de facto, estar ligado à política. Mas a força que me unia à vida associativa e o pedido vindo desta pessoa, portanto, não podia recusa! Nos desafios, nos cargos, onde me encontro, eu assumo um compromisso e um dever de trabalho, de responsabilidade para com os outros, neste caso, os gondarenses.

2) Há quantos anos está à frente desta Junta?
20 Anos. Há 5 mandatos!

3) Considera o balanço positivo para esta freguesia neste último mandato?
Em relação ao mandato que faço aqui na freguesia, gostaria de ter feito mais, mas entendo, que aquilo que se fez foi benéfico para Gondar, se bem que, a nossa freguesia é muito populosa e ainda é preciso mais dedicação e empenho. De notar, que os meus antecessores nesta Junta fizeram também grandes trabalhos. Esta junta desde o 25 de Abril de 74, tem vindo a ser liderada pelo PSD. Esta freguesia que praticamente não tinha nada, como o primeiro presidente, começou-se por rasgar os acessos a diferentes locais. A Freguesia de Gondar ainda não tem tudo feito, mas o balanço que eu faço, ao longo dos mandatos que tenho estado na junta, penso que é um balanço positivo.

4) Em termos de investimento público a oposição critica o facto de haver muita obra e quando se vai a ver, nada é nosso, referindo-se nomeadamente à Casa do Oleiro, ao Museu Rural do Marão, ao parque fluvial de Larim, que nas palavras do candidato pelo PS, «ao fim de alguns anos, ficamos sem nada». Como reage a estas afirmações?
Em termos de investimento público foi feita muita coisa. Nós quando soubemos que realmente havia fundos comunitários, nós tentamos ir captar alguns desses fundos para a nossa freguesia. A casa do oleiro surgiu porque está numa zona histórica. Há 3 centros históricos de barro preto em Portugal, e Gondar está num desses pontos! Sinto-me orgulhoso por isso. Nos Anos 30 haviam cerca de 33 oleiros. Toda aquela população do centro histórico viveu do barro. Ao longo dos anos estes oleiros foram desaparecendo, foram aparecendo as fábricas, foram à procura de empregos com maior remuneração.
Era um trabalho árduo, que custava muita a essa população. No meu tempo surgiu um oleiro, que ainda é vivo o SR. Manuel (entrevista do C.P.G em http://centroparoquialgondar.blogspot.com/2009/08/gondar-amarante-terra-do-barro-negro.html
que era muito procurado, para ele fazer mostragens a turistas, interessados, para verem o que era o barro preto. Surgiu a ideia de então, recuperarmos a Casa do Oleiro naquele local. Mas atenção! Recuperámos a custo 0. Fizemos um protocolo com o proprietário que durante 8 anos aquele espaço seria da Junta. Gastou-se lá na altura à volta de 3.000 contos, na moeda antiga, com uma comparticipação dos Fundos Comunitários de 70 % e o restante a ser custeado pelo proprietário. E como tínhamos 8 anos em que iríamos pagar renda, então achámos melhor desta forma, sendo que a Junta não perdeu nada com esta obra, pelo contrário. É uma mais-valia que a freguesia tem. Recorde-se que já lá foram dadas muitas acções de formação, cursos na área de olaria, dando emprego a muita gente, cujas peças alias, poderão ser vistas no Museu Rural.
No caso da Praia Fluvial, que acho que é um local belíssimo, foi custeado também a custo 0 do orçamento da Junta, foi com dinheiro dos fundos comunitários, e, portanto, não quer dizer que o proprietário, se lhe fizermos o repto, da venda do terreno, que realmente ele não possa vender aquele local. Agora, é evidente, que tem de haver boa vontade por parte da Câmara Municipal de Amarante, porque o orçamento da Junta, não permite essa compra. Estou plenamente convencido, que aquele terreno irá pertencer à Junta de Freguesia.
Em relação ao Museu Rural, é bom que se saiba, que o projecto, é um projecto da Câmara Municipal, foi ela que investiu, claro, também indo buscar aos fundos comunitários. Em relação ao recheio, isso pertence à Junta de Freguesia. Portanto, a Junta de Freguesia, não gostou um único cêntimo naquele edifício.

5) O que aconteceu com o Centro Comercial do Cavalinho?
No Centro Comercial do Cavalinho «os ditos barracos», a Câmara em contacto com a Junta poderá também fazer um repto na compra daquele imóvel. Porque aquilo que lá estava era uns barracos feios, degradados, numa passagem fulcral na ligação com o Douro. Nós arranjámos, mas fizemos um contrato com o proprietário de em 9 anos não pagarmos renda, não querendo dizer, que aquilo não volte a ser um espaço público e nós iremos fazer tudo para que todos esses equipamentos passem a pertencer à Junta em definitivo. Agora, terá é de haver boa vontade por parte da Câmara Municipal.

6) Outra grande preocupação apontada pela oposição refere-se ao facto de em muitos locais da freguesia, nomeadamente o lugar de Ovelhinha, Rio e Corugeiras, ter o acesso dificultado pela urgência médica, o INEM por exemplo, aos habitantes dessas zonas. Caso seja reeleito tenciona intervir nesses locais? Como?
Em relação ao Lugar de Ovelhinha, tem de haver alguma preocupação, pelo património, é um lugar a preservar. Em tempos quisemos fazer um alargamento do caminho Larim – Ovelhinha, mas não houve boa vontade por parte do proprietário do terreno que seria necessário. Razão pela qual, a Junta pavimentou o caminho. Terá de haver uma intervenção de fundo, porque sem dúvida, aquele local é muito bonito!
Rio – Corugeiras, não é fácil, apesar de estarem pavimentadas por esta Junta de Freguesia. Terá de se pensar em outro tipo de ligação, Vila - Seca à Pombalina. A ideia será por exemplo, a construção de uma ponte, mas tudo isso quer bastante tempo e análise. Mas no futuro sem dúvida que termos uma nova ligação entre Vila – Sêca e Corugeiras.


7) Como sabemos, a Carta Escolar já foi aprovada em Assembleia na Câmara Municipal, e a qualquer momento a construção de novos centros escolares estará eminente. Considera que Gondar, pela sua localização, será um bom ponto estratégico para aí ser construído o edifício de raiz, que servirá as freguesias vizinhas?
Já aqui há uns anos, a Junta que mais lutou para a construção da Escola Básica do Marão foi sem dúvida a de Gondar, inclusivamente com uma proposta de cedência de terreno gratuito, onde a Câmara não teria de pagar nada na aquisição do terreno. Importa salientar, que Gondar é uma das freguesias mais populosas da margem esquerda do Tâmega e entendemos que devido ao número de alunos, este seria o local ideal. Não foi, e o que acontece actualmente?! Hoje, estão com dificuldades em arranjar alunos, na escola do Marão.
Em relação a este novo modelo de centros escolares, já fiz ver ao Sr. Presidente da Câmara, que o sítio da construção do centro escolar é aqui, efectivamente, em Gondar. Atendendo que, é a freguesia que mais alunos tem. Iremos fazer de tudo mesmo, para que o centro escolar seja feito em Gondar. Agora é evidente, se não houver boa vontade por parte da Câmara Municipal, é evidente que o Centro escolar irá para onde, a Câmara, bem entender!

8) Em que local seria feito?
Já se pensou fazer a construção, ali, junto ao Cavalinho, porque ficaria centrado e poderia servir as freguesias de Padronelo, Jazente, S. Simão, e claro, Gondar. Independentemente, até de ficar em terrenos de Padronelo! Seria central para a nossa Freguesia.

9) Vamos a obras particulares. Já no seu último programa eleitoral o alargamento do pontão em Vilela surgia como uma das propostas. Como sabemos o terreno está lá e o facto é que a passagem de duas viaturas ligeiras em simultâneo é muito difícil. O quê que se passou para ainda não ter havido intervenção?
Já desde há vários anos, temos chamado a atenção da Câmara, para o Pontão de Vilela. A verdade é que é uma estrada bastante movimentada, e até porque dá ligação com Campo de Futebol de Gondar, à zona desportiva. Em tempos falou-se e a proprietária cedia os terrenos necessários para o alargamento. Agora, mais uma vez, tudo depende da boa vontade da Câmara Municipal de Amarante. É uma estrada camarária, logo terá de ser a Câmara a intervir e não a Junta! Esta é uma das obras prioritárias que solicitamos à Câmara, devido, ao imenso tráfego no local. Estou atento e faço as solicitações à Câmara, mas tudo depende da boa vontade do executivo camarário!

10) Em entrevista ao DR. José Luís Gaspar, quando confrontado com o facto de as piscinas Municipais não estarem preparadas, para em períodos de férias receber tantas visitas, o candidato pelo PSD à Câmara de Amarante, tenciona apostar em piscinas construídas em freguesias, para que possa haver uma maior distribuição da população. Considera que Gondar terá condições para a construção de uma piscina, como a de Bustelo, por exemplo?
Uma das freguesias, que tem todas essas condições é sem dúvida, Gondar! A Freguesia de Gondar é banhada por 2 rios. E uma vez que temos esta mais-valia, uma coisa que ficaria muito bem, seria o alargamento da lagoa na praia fluvial de Larim. Criar um espaço de lazer para os jovens poderem conviver entre si com todas as condições. Projecto esse, que deveria ser alargado a todas as freguesias!

11) Continuando na área do desporto. Um pavilhão gimno-desportivo faz falta. Qual é o seu projecto nesta área?
Já há alguns anos que a Junta vem a lutar no sentido de que este seja levado a cabo. A freguesia necessita urgentemente de um pavilhão gimno-desportivo coberto para se praticar desporto no Inverno. Porque nós, na época estival temos vários equipamentos onde as pessoas podem desfrutar de desporto. No entanto é importante esse espaço, para o desporto de inverno, tão importante para a saúde. Temos terreno para isso, em anexo ao Campo de Futebol, está lá o terreno. Falta-nos apenas o apoio, para que se dê asas ao projecto.

12) Em termos de investimento para o próximo mandato, quais serão as suas grandes apostas? (saneamento, localização novo cemitério)?
Um dos investimentos que a freguesia necessita, é sem dúvida o saneamento básico. Em qualquer população para que possa haver qualidade de vida, é necessário o saneamento básico. Nós já andamos a lutar há muitos anos, por esta necessidade. É uma obra de milhares e milhares de euros, e por isso mais uma vez, é a Câmara, a grande responsável pelo avanço do projecto. As pessoas, não têm alternativa, mandam tudo para o rio. Por isso a Câmara que for eleita, que espero que seja a do PSD, tem a obrigação de fazer face a toda esta situação.
Em relação ao alargamento do cemitério estamos em negociações, para aquisição de um terreno anexo ao Centro Cívico. Mas nunca, mesmo nunca, fazer transladação de corpos do actual cemitério. Isso seria ferir a susceptibilidade das pessoas. Nunca mesmo! Já temos aliás um orçamento da Câmara de 60.000 euros disponíveis para essa mesma aquisição.

13) E em relação às acessibilidades?
Em relação às acessibilidades precisamos de intervenção, algumas pavimentações, e repavimentações. Uma das repavimentações que irá arrancar muito brevemente será a da Estrada Pombalina, aliás não admira, posso dizer que fui eu que quando entrei para a Junta, que a pavimentei pela 1.ª VEZ (1990). Em termos de acessibilidades ainda há pouco tempo, fizemos a pavimentação desde o Barbeito até Tubirei, penso que até à Cancela, se conseguirá em breve. Em termos de mobilidade nas estradas, aquilo que temos que apostar é numa repavimentação das estradas.

14) Sente que Gondar cresceu, em termos industriais?
Sem dúvida. Há cerca de 6, 7 anos, a existência de indústrias em Gondar era praticamente nula. O grande mentor na altura que fazia parte da Câmara, o Sr. Vareador, Vieira Pinto (coligação com o CDS) contribui imenso para o PDM, a nível da indústria, trazendo para aqui bolsas industriais que contribuíram para o alargamento por exemplo das indústrias de granito, metalomecânica, entre outros serviços, nomeadamente, ao nível do comércio.
Temos a Associação de Caça e Pesca cá sediada, a Feira do Cavalinho, cuja gestão cabe à Abomarão.

15) Como vê a germinação de Gondar com Langeais (França)?
Muito positiva esta germinação que data de há 10 anos. Aliás, neste passado fim-de-semana estivemos lá e foi muito agradável. Mais que a cultura que transmitimos e nos transmitem, o turismo, ao nível da economia é também uma mais-valia. Aliás, há empresas de Gondar a exportar material para lá, e isso, contribui de uma forma harmoniosa para o fortalecimento da economia.

16) Algum projecto de eleição para o próximo mandato?
São bastantes. No entanto, posso referir por exemplo, a construção de um hipódromo em Gondar. Se bem que um particular, já se mostrou interessado nesse projecto, na outra margem do Rio de Larim. A Junta terá todo o gosto em lhe ceder este projecto. Teremos depois o alargamento do edifício da Sede da Junta, entre outros...

17) Acredita numa vitória de Manuela Ferreira Leite?
Nesta altura sim. A credibilidade e a determinação da candidata levam-me a crer que ela vai ganhar. Assim como, o Candidato à Câmara de Amarante, o DR. José Luís Gaspar. Precisamos de uma mudança! Faço votos que a 27 de Setembro, o PSD seja o PODER, assim como a 11 de Outubro, em Amarante e em Gondar.

18) Em espécie de fecho, que mensagem gostaria de deixar aos nossos leitores e principalmente aos eleitores de Gondar?
Quero apostar numa campanha que se move em torno de causas, com muita responsabilidade, empenho e muito trabalho. Conheço os problemas da freguesia e continuarei a dar o meu melhor por ela. Sei que os Gondarenses votarão em consciência, porque querem o melhor para a sua freguesia. Muito obrigado!

Resta agradecer a disponibilidade do professor Teixeira em ter concedido esta entrevista ao blogue C.P.G. Creio que os gondarenses, melhor do que ninguém sabem avaliar o seu trabalho e saberão pronunciar-se sobre ele nas próximas eleições para a Junta de Freguesia de Gondar.
Um bem-haja e muito obrigado!
Ricardo Pinto

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